28 de abril - Dia de São Luis Maria Grignion de Montfort

S. LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

JACAREÍ, 09 DE OUTUBRO DE 2011
MENSAGENS DE NOSSA SENHORA 
E DE SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT
COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA 
SANTUÁRIO DAS APARIÇÕES DE JACAREÍ-SP-BRASIL


Mensagem de São Luís Maria Grignion de Montfort

“-Amados irmãos Meus! Eu, LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT, vos saúdo e vos abençôo hoje com a Mãe de Deus.
Amai o CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA, com todas as veras dos vossos corações, de modo que vós possais ser os verdadeiros apóstolos deste CORAÇÃO IMACULADO, dos últimos tempos.

Sede os apóstolos dos últimos tempos da Mãe de Deus, fazendo tudo o que Ela vos tem mandado fazer Aqui. Procurando sempre mais fazer da vossa vida, uma contínua e fervorosa oração, um vibrante hino de amor a Deus, Nosso Senhor e a Ela e sempre mais um facho luminoso para que os vossos irmãos, que jazem nas trevas do pecado, possam enxergar a luz, vir para luz e voltarem ao Senhor Nosso Deus.

Sede os apóstolos dos últimos tempos da Mãe de Deus, fazendo cada vez mais da vossa vida um contínuo eco da eterna verdade, anunciando sem medo as Mensagens da Mãe de Deus ao mundo inteiro, ensinando todos a rezarem o SANTO ROSÁRIO, dando a todos as HORAS SANTAS DE ORAÇÃO que Ela vos deu Aqui, fazendo sempre mais de toda a vossa vida um contínuo e profundo ‘sim’ a tudo o que Deus e Ela vos solicitam nas Aparições Deles Aqui. Para que então a vossa vida transformada num verdadeiro sol luminoso, possa iluminar todos aqueles que definham dia-a-dia, mais e mais nas trevas do pecado e assim, todos possam receber a luz, todos possam conhecer a luz do amor e da graça de Deus e todos possam finalmente, encontrar a Deus, dar-se a Deus e viver uma verdadeira vida em Deus.

Sede os verdadeiros apóstolos dos últimos tempos da Mãe de Deus, entregando aquilo de mais precioso que tendes nas mãos Dela, que é o vosso coração. Vivendo numa completa dependência Dela, procurando sempre mais fazer tudo com Ela, por Ela e Nela, no espírito de MARIA, ou seja, com os Seus sentimentos, com as Suas intenções e as Suas santíssimas finalidades, ou seja, dar glória a Deus e torná-Lo conhecido e amado por todos os homens levando-os assim à salvação do Senhor.

Desta forma, vós vivereis aquela verdadeira devoção que Eu tanto vos ensinei, que Eu tanto recomendei e que Eu deixei como o Meu mais precioso dom e testamento aos Meus filhos e ao mundo inteiro contido no TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM.

Eu, LUÍS DE MONTFORT, quero ajudar-vos a serdes os verdadeiros apóstolos dos últimos tempos, os verdadeiros apóstolos da Mãe de Deus vivendo sempre mais como rosas místicas. Rosas brancas de oração, rosas vermelhas de sacrifício, rosas amarelo-dourada de penitência, para que assim, toda a vossa vida se transforme num imenso Rosário, num imenso Roseiral em honra da Mãe de Deus onde Ela pode se congratular, se comprazer convosco e em vós ver-Se imitada, ver-Se seguida, ver-Se obedecida e perfeitamente correspondida.

Estas APARIÇÕES DE JACAREÍ são o maior dom que Deus deu ao mundo nestes últimos tempos! É uma graça que ainda que vós tivésseis mil vidas e mil corações para dar ao Senhor como gratidão, agradecimento a Ele por este bem que Ele vos faz, ainda não seria o suficiente. Pois aqui todo o Céu, toda a corte celeste se abriu para derramar sobre vós, palavras de luz, vozes do céu, palavras de amor e vida eterna. E aqui toda a corte celeste desceu para vos ajudar, para vos amparar, para vos conduzir, para vos formar e guiar sempre mais no caminho da santidade, da salvação e da paz.

Por isso, correspondei com todo o vosso amor, com toda a vossa alma e com todo o vosso coração a este dom que tantas gerações quiseram ter e não tiveram, a tantos homens que quiseram ouvir e não ouviram aquilo que vós ouvis. Por isso, que do vosso coração rebente, brote uma fonte inesgotável, perpétua e generosa de amor, de fidelidade e de profunda entrega de vós mesmos ao Senhor e à Mãe de Deus.

Eu estou convosco sempre quando rezais, sempre quando sofreis, sempre quando a vossa alma está em grande aflição. Eu estou ao vosso lado para recolher as vossas lágrimas, para enxugá-las, para dar novo ânimo, nova força ao vosso coração para seguir adiante.

Não temais! Eu estou convosco todos os dias, conheço tudo aquilo que Satanás faz contra vós, conheço tudo aquilo que sofreis também por parte dos homens que vos perseguem, que não vos compreendem, que não vos ajudam, que vos julgam e condenam. E Eu, estou sempre ao vosso lado para ajudar-vos a carregar a cruz até a vossa gloriosa ressurreição, até a vossa vitória.

Eu vos cobrirei sempre mais com o Meu manto de luz, para vos defender de todos os ataques de Satanás e do mundo e para vos dar sempre mais a vitória em nome do Senhor!

Viveis agora no tempo da grande tribulação e por isso é impossível que não sofrais nada. É impossível que a vossa fé não seja provada, mas Eu estarei convoco para vos ajudar a vencer todas estas provas e para vos fazer chegar triunfantes na grande vitória que o Senhor prepara para vós quando vereis novos Céus e novas Terras, vereis um novo Reino descendo das alturas sobre vós, vossos olhos contemplaram maravilhas, que os olhos humanos jamais verão, Terras antigas corroídas pelo pecado desaparecerão e novas Terras puras e belas surgirão diante dos vossos olhos. Todas as vossas lágrimas serão enxugadas, todo o vosso sofrimento passará como uma noite que cede lugar ao dia, como folhas levadas pelo vento, assim as vossas tribulações num instante serão varridas da vossa vista e do vosso coração sairá o mais vibrante hino de louvor e de alegria pelo Senhor, para o Senhor e para a Virgem Maria.

Eu, Luís vos abençôo agora neste momento, com todo o Meu amor e especialmente a ti Marcos, o mais esforçado dos Meus irmãos, dos Meus filhos, que tanto propaga a verdadeira devoção à Santíssima Virgem que Eu ensinei, e que tem cultivado com santo zelo em todas as almas este verdadeiro e sagrado Amor!” 

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A história de sua vida no-lo mostra continuadamente apaixonado pelos encantos da Virgem Santíssima, vivendo sob a sua dependência, entregando-se a Ela de corpo e alma, e buscando receber tudo da sua mão maternal, para, por meio dela, elevarse à mais alta santidade. O ideal de Montfort é conduzir as almas a Jesus Cristo por Maria

São Luís Maria Grignion de Montfort

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I. A infância de São Luís

 
Em vez de procurar os brinquedos próprios de sua idade, retirava-se num lugar solitário para meditar, ou recitar o terço diante de uma pequena imagem da querida Mãe do céu

O pensamento de Maria encantou os primeiros anos de Luís Grignion de Montfort. "O amor desta boa Mãe parece ter nascido junto com Ele", – diz seu historiador Blain. "Desde a mais tenra infância, Luís não teve outro prazer que pensar em Maria e em seu amor".

"Em vez de procurar os brinquedos próprios de sua idade, retirava-se num lugar solitário para meditar, ou recitar o terço diante de uma pequena imagem da querida Mãe do céu".

"Nestes momentos – escreve M. Blain, que foi o seu companheiro de infância – o jovem Grignion parecia não conhecer mais ninguém e estar numa espécie de alucinação dos sentidos, pois rezava numa imobilidade completa, horas a fio".

A devoção precoce de Grignion tinha já desde o início uma característica, que se desenvolveu através dos anos: o abandono completo à Virgem Santa, a confiança ilimitada em sua bondade maternal. Maria Santíssima era, antes de tudo, sua "Mãezinha querida", ou sua "boa Mãezinha", a quem Ele ia pedir tudo
o que desejava.

Outra característica da sua devoção, desde a infância, é que ela era sobremaneira comunicativa. O menino experimentava grande alegria em ouvir falar, e em falar Ele mesmo da sua "Mãezinha celeste".

Enviado para Rennes, onde devia concluir o curso ginasial no Colégio dos Jesuítas, o seu amor à Santíssima Virgem foi crescendo dia por dia. Aí entrou na Congregação Mariana, estabelecida no Colégio, tornando-se logo um congregado exemplar e zeloso.

 
Correra-lhe a infância numa admirável inocência e afastamento do mal; ao ponto que desconhecia tudo quanto pudesse lesar a pureza de um jovem

O seu condiscípulo Grandet nos fala da inesgotável caridade do jovem congregado. "Ajudava a todos os seus colegas – diz ele – e os assistia em tudo o que lhe estivesse ao alcance; e quando não tinha mais nada para lhes dar, esmolava para eles nas casas dos ricos".

Este tempo da mocidade, tão repleto de perigos passou-o Montfort sem uma alteração sequer em sua amável e sorridente pureza. Senhor de seu coração, ele o guardava para a Mãe celeste.

– "Não sei – diz o seu condiscípulo Blain – se lhe custou guardar o voto de castidade e se teve grandes combates a sustentar contra o mundo, a carne e o demônio; o que sei é que, antes de sua entrada em São Sulpício, ele ignorava por completo toda a maldade. Correra-lhe a infância numa admirável inocência e afastamento do mal; ao ponto que desconhecia tudo quanto pudesse lesar a pureza de um jovem. Falando-lhe eu um dia de tentações contra a bela virtude, ele nada compreendeu, e disse-me não saber o que era aquilo...".
II. Origem da Santa Escravidão

 
Montfort foi o último discípulo desta escola de amor ardente à Mãe de Jesus. Recolheu esta sagrada herança, para passar à posteridade através do nevoeiro do jansenismo, que ameaçava tudo invadir

Era na cidade de Paris que a devoção de Grignion devia tomar pleno desenvolvimento e receber forma definitiva: a Santa Escravidão ou dependência total da Mãe de Jesus.

Este título não era uma novidade. Antes de Montfort, muitos santos o conheciam, praticavam, e ensinavam.

Montfort é herdeiro do Cardeal de Bérulle, de Condren, Olier, Eudes, Poiré, Boudon, pois estes todos ensinavam a prática da Santa Escravidão.

Todos estes homens, santos e sábios, haviam adotado a palavra do Evangelho: "Formam servi accipiens..." – cf. Mt 20, 28; e as de São Bernardo: "Eu sou um vil escravo, para quem é suma honra ser o servo do Filho e da Mãe"; e estas de Santo Ildelfonso: "Para ser o devoto escravo do Filho, quero ser o escravo fiel da Mãe".

Montfort foi o último discípulo desta escola de amor ardente à Mãe de Jesus. Recolheu esta sagrada herança, para passar à posteridade através do nevoeiro do jansenismo, que ameaçava tudo invadir.

Como Ele próprio o disse, leu as obras daqueles grandes homens; e pode-se afirmar mesmo, que todos os livros referentes a devoção a Maria Santíssima.

Conversou familiarmente com todos os grandes santos e sábios da época.

Este estudo e estas relações demonstraram-lhe que não havia outra devoção à Maria comparável à Santa Escravidão; que não havia: "nenhuma devoção que exigisse maiores sacrifícios para Deus, mais renúncia de si mesmo, e unisse as almas mais intimamente a Nosso Senhor; nenhuma, enfim, que fosse mais
gloriosa para Deus, mais santificante para a alma, e mais útil ao próximo" (Tratado da Verdadeira Devoção).

Entretanto, a doutrina daqueles autores precisava ser simplificada, e ser apresentada em fórmulas claras e certas, para ficar ao alcance de todos.

Dos diversos elementos colhidos, Montfort eliminou o que era demais abstrato ou indeciso. Escolheu o que lhe servia, e, num estilo alerta, nervoso e colorido, formou o conjunto completo e homogêneo da devoção, o que constitui o seu "Tratado".

Deste modo, a Santa Escravidão deixou de ser uma simples Consagração, mais ou menos exterior, para tornar-se uma devoção perfeita, sob uma forma admirável, que aperfeiçoa e transforma as almas. Tornou-se verdadeira escola espiritual de santidade.
III. Sua doutrina fundamental


 
Em toda parte por onde passa, aos pobres e aos ricos, aos pequenos e aos grandes, aos pecadores e aos justos, Ele prega Maria, sua boa Mãe... Ensina a Santa Escravidão. Ensina a devoção ao Rosário

A síntese do ensino de Grignion é a seguinte:

O fim é Deus só, palavras que se encontram a cada página de seus escritos, e que ele comenta por esta outra fórmula:"O puro amor de Deus reine em nossos corações!".

O meio de conseguir este fim é revificar o espírito cristão pela renovação dos votos do Batismo, relembrando aos homens, à luz da fé, que Eles são o bem, a propriedade, os escravos de Jesus Cristo.

Relembra também a todos esta mesma dependência para com Maria Santíssima, pois a Ela compete, por graça, tudo quanto compete a seu divino Filho por natureza.

De direito, o cristão é o escravo de Maria. É preciso, pois, que o seja de fato. E isto se faz consagrando-se a alma, sem reserva, ao serviço de Maria, e vivendo numa completa submissão.

Este estado será para a alma uma fonte de graças especiais.

Para alcançá-las, entretanto, é preciso que o escravo não se contente só com a Consagração, embora muitas vezes renovada.

É preciso que ele viva em Maria, como na atmosfera da graça; que viva por Maria, nada fazendo sem consultá-la; com Maria, em tudo procurando imitá-la; para Maria, tudo fazendo como se Ela fosse o fim próximo.

Com esta prática, a alma fiel chegará, em pouco tempo, a uma união íntima com Deus, pois Maria é o caminho suave, curto, seguro e fácil, para levar a Jesus Cristo.

O que o santo concebeu é, pois, o reino de Jesus Cristo por Maria. É fazer conhecida e amada Maria, para fazer conhecido e amado Jesus Cristo.

É conduzir as almas acorrentadas pelo amor aos pés de Maria, para que esta boa Mãe as conduza a seu divino Filho. É o belo programa que Montfort idealizou e ao qual ia consagrar a sua existência.

Antes, porém, de o escrever e publicar, quis submetê-lo à mais alta autoridade deste mundo. Foi para Roma solicitar a aprovação do Papa Clemente XI. Este, inspirado por Deus, propôs o santo missionário e a sua doutrina como antídoto aos erros hipócritas do jansenismo.

A bênção do Santo Padre estimulou mais o zelo de Montfort. E até à morte, com ardor incrível, cumpriu a sua sublime missão de levar as almas a Jesus Cristo por Maria.

Ele fala, não como um simples padre, mas "tanquam potestatem habens", como tendo uma missão a cumprir: a missão de anunciar o grande reino de Jesus por Maria, mediante sua devoção da Santa Escravidão.

E em toda parte por onde passa, aos pobres e aos ricos, aos pequenos e aos grandes, aos pecadores e aos justos, Ele prega Maria, sua boa Mãe... Ensina a Santa Escravidão. Ensina a devoção ao Rosário.

Grandet nos refere o apostolado de Montfort: "Estabelecia, em todas as paróquias onde pregava, a devoção da Santa Escravidão de Jesus vivendo em Maria... Esta pregação lhe suscitou não poucas dificuldades, mas atraiu também muitas graças sobre os seus ouvintes".

Grandet ajunta um pormenor sobre os efeitos maravilhosos que esta devoção produziu nas almas mais aviltadas: "Conheci um grande número de pecadores escandalosos, aos quais ele ensinou esta devoção, bem como à prática de rezar diariamente o Rosário. Pois todos se converteram completamente, e
tornou-se exemplar a sua vida. É incontável o número de pessoas dum e doutro sexo que ele fez mudar de vida por este meio".
IV. A pregação de Montfort

 
Doutros temas, falava geralmente numa linguagem natural e simples, para melhor se pôr ao alcance do povo. Falando, porém, de Maria Santíssima, a sua linguagem se tornava sublime, quase sobrenatural

"O Padre de Montfort – diz Blain – nos aparece como o panegirista zeloso da Santíssima Virgem, o orador perpétuo de seus privilégios e de suas grandezas, o pregador incansável da sua devoção".

Ele é, verdadeiramente, o Padre de Maria. Sua pessoa, sua ciência, sua virtude, sua eloqüência, tudo está ao serviço da excelsa Rainha dos corações.
A característica desta pregação é o entusiasmo. Montfort ama apaixonadamente o seu assunto. Ele quer transmitir ao auditório seus sentimentos para com a Mãe de Jesus, e quer abrasar as almas, que o escutam, com o mesmo fogo que o devora.

Daí uma eloqüência forte, viril, terna, convincente, que ora raciocina, ora suplica, às vezes chora, às vezes se indigna.

"Apenas havia ele começado a obra das missões – diz o Pe. Bernardo – logo se anuncia como um dos mais ardentes defensores da glória de Maria Santíssima".

Quantos assistiram a seus sermões sobre Nossa Senhora asseveram que ele se ultrapassava a si mesmo neste assunto: tudo era grande e sublime nele.

Grandet, um de seus contemporâneos, escreveu também:"Quando Montfort falava de Maria, fosse em particular, fosse em público, era em termos tão fortes e tão tocantes, que comovia o coração dos ouvintes, a todos transportava, e ele mesmo parecia fora de si".

"Doutros temas, falava geralmente numa linguagem natural e simples, para melhor se pôr ao alcance do povo. Falando, porém, de Maria Santíssima, a sua linguagem se tornava sublime, quase sobrenatural".

Certo dia, a Virgem Santíssima recompensou por um prodígio o zelo ardente que tinha o seu apóstolo para fazê-la honrada e invocada.

É a 2 de fevereiro de 1715. São Luís, na igreja dos Dominicanos, em Rochelle, celebrava as grandezas da divina Mãe de Jesus, e, como de costume, o fez com uma unção, que arrebatava os ouvintes. De repente, reproduziu-se o fenômeno contado nos "Atos dos Apóstolos" a respeito do Mártir Santo Estêvão: 
Montfort aparece como um anjo do Senhor; seu rosto, extenuado pelas austeridades e pelos trabalhos, torna-se fulgurante, desprendendo raios gloriosos, que o cercam e iluminam.

A mudança foi tão grande, que ninguém mais o pôde reconhecer senão pelo seu timbre de voz.
V. O tema desta pregação

 
O segredo do grande missionário é o seguinte: o Coração de Jesus não reinará plenamente nas almas senão quando as encontrar inteiramente consagradas ao culto da divina Mãe

A missão de São Luís Maria Grignion de Montfort era estabelecer o reino de Maria, para estender o reino de Jesus Cristo.

É o que nos garante o seu Tratado da Verdadeira Devoção. Este livro não é uma obra longamente preparada no silêncio dum gabinete de trabalho, para se apresentar depois como surpresa aos leitores ávidos de novidades. É o resumo da pregação de Montfort. Antes de suas idéias ao papel, o santo missionário as
havia pregado centenas de vezes.

Lendo este livro sentimos logo a ausência de qualquer esforço de composição por parte do autor. Este possui inteiramente o assunto, escreve ao correr da pena, sem emenda, sem repetição, ou, melhor, escreve o que continuadamente falava desde anos.

Aliás é ele mesmo quem afirma: "Pego da pena, para escrever o que ensinei em público e em particular, nas minhas missões, durante longos anos".

E qual era o assunto desta pregação? Podemos julgá-lo pelos dois grandes cadernos de sermões que deixou, e que ficam conservados em São Lourenço – em Sèvre – como preciosas relíquias.

O primeiro contém só algumas instruções sobre Maria Santíssima em geral. São Luís enumera os motivos da devoção a esta boa Mãe: a glória de Deus, nosso interesse, as vantagens, etc. – "Nullus cliens Mariæ peribit", conclui o autor: "Nenhum devoto de Maria perecerá".

O segundo caderno é exclusivamente consagrado à Santíssima Virgem. É antes um repertório de notas que uma coletânea de sermões.

São Bernardo, Santo Anselmo, São Bernardino, Santo Antonino, Guilherme de Paris, o Padre Guerric, Poiré, e outros, trazem valiosa contribuição a estas notas. O Mestre, entretanto, deixou ali os seus caracteres. Planos, divisões, pensamentos salientes, reflexões pessoais, tudo deixa entrever suas preferências e nos indicam a orientação de seu zelo.

No fundo é o mesmo tema do Tratado da Verdadeira Devoção: as excelências da devoção – os motivos – as características da Verdadeira Devoção – as práticas, e, entre todas, a perfeita Consagração de si mesmo.

A Santa Escravidão de Maria é o ponto culminante do ensino do santo apóstolo e o grande meio por ele preconizado para se obter o reino de Jesus e de sua Santa Mãe.

É o segredo do grande missionário: o Coração de Jesus não reinará plenamente nas almas senão quando as encontrar inteiramente consagradas ao culto da divina Mãe.

Para espalhar esta verdade, Montfort emprega todos os recursos de seu espírito e todas as forças de seu corpo. Prega a sua querida devoção até no túmulo, onde quer ser sepultado com as correntes de ferro, que são o testemunho da sua escravidão.
VI. A Santa Escravidão

 
Na prática, a devoção conserva esta dupla qualidade: o abandono do filho, que em tudo recorre a sua boa Mãe com uma confiança inteira, e a dependência do escravo, que trabalha para a sua senhora, renovando a primeira Consagração antes pela oferta de trabalhos do que por uma simples fórmula

Esta palavra escravidão soa mal aos ouvidos do nosso século de liberdade e igualdade. Porém, é necessário examinar a causa, antes que a palavra.

Que pretendeu São Luís Maria Grignion de Montfort?

Pretendeu fazer honrada a Rainha do céu pelas homenagens mais respeitosas e humildes. Quis que exaltássemos a Virgem Santa abaixando-nos o mais possível.

Por isso, procurou o estado que melhor exprime a submissão absoluta, a dependência completa, a renúncia perfeita. Ora, coisa alguma no mundo exprime tudo isso mais positivamente que a escravidão.

Um escravo não se pertence, não pode dispor de si, nem pode trabalhar para si. É propriedade do senhor, e tudo o que faz pertence a este.

Tal é o estado de vida que São Luís Maria Grignion de Montfort deseja para os devotos de Maria Santíssima. É uma Consagração do corpo e do espírito, dos bens exteriores e das boas obras, uma submissão completa, uma abnegação contínua da própria vontade para fazer a vontade da Santíssima Virgem.

Nesta devoção, entretanto, o título de escravo não exclui este nome suave de FILHO.

São Luís chama sempre Maria Santíssima de Mãe e Senhora.

E, entregando-nos a Ela, é sempre como filhos e escravos.

Na prática, a devoção conserva esta dupla qualidade: o abandono do filho, que em tudo recorre a sua boa Mãe com uma confiança inteira, e a dependência do escravo, que trabalha para a sua senhora, renovando a primeira Consagração antes pela oferta de trabalhos do que por uma simples fórmula.

O dom que fazemos das nossas ações é verdadeiramente o dom de nós mesmos. Apresentar a Maria a nossa oração é oferecer-nos a nós mesmos, no ato tão santo da oração. Nossas orações, como todas as nossas boas obras, não podem ser separadas de nós: é o fruto da árvore, é nossa alma em exercício, 
humilhando-se, pedindo, trabalhando, renunciando-se.

Mais uma alma serve a Maria Santíssima deste modo, mais entra no espírito da Santa Escravidão.

Há vários graus – diz São Luís – os quais devemos percorrer.

Há também um estado habitual que devemos procurar adquirir.

Quem chegará a este estado?

Aquele a quem o Espírito Santo revelar o segredo. E este tal, sob o impulso do mesmo Espírito Santo, há de subir de virtude em virtude, de graça em graça, até chegar à transformação de si mesmo em Jesus Cristo.
VII. Obras de São Luís Maria Grignion de Montfort

 
Os livros   por São Luís Maria Grignion de Montfort são relativamente poucos e pequenos. Mas anima-os algo de sobrenatural, que revela a alma ardente dum grande apóstolo

Com as indicações precedentes, do espírito, zelo e atividade de São Luís Maria Grignion de Montfort, a sua humildade e o seu amor à cruz, que aparecem em toda parte, ser-nos-á fácil reconstituir a vida deste sublime apaixonado da Virgem, da "Rainha dos corações", como ele a chamava.

Montfort não foi um pregador ardoroso do culto da Mãe de Jesus somente nesta vida. Deus quis que ele continuasse este apostolado após a morte. E ele, de fato, perpetra este desígnio divino pelas Congregações religiosas que fundou e pelos livros que escreveu.

Foi ele o fundador de duas Congregações religiosas: a dos Padres da Companhia de Maria e a das Filhas da Sabedoria.

Ambos estes Institutos têm por fim espalhar a santa escravidão.

A Companhia de Maria dedica-se à pregação e obras apostólicas, em que até hoje se exerce por vários países com zelo admirável e resultados imensos.

É graças a estes abnegados religiosos que a devoção do santo fundador é conhecida no mundo inteiro.

* * *

Os livros escritos por São Luís Maria Grignion de Montfort são relativamente poucos e pequenos. Mas anima-os algo de sobrenatural, que revela a alma ardente dum grande apóstolo.

O Tratado da Verdadeira Devoção e o seu resumo intitulado Segredo de Maria são conhecidos no mundo inteiro. São menos conhecidos, mas não menos belos e valiosos, dois outros opúsculos, que são:

1. O segredo admirável do Santo Rosário. Para converter e salvar as almas. Brochura de 200 págs. Edição francesa de Alfredo Mame. Tours – França. É a doutrina exemplificada da excelência do Rosário.

2. Carta circular aos Amigos da Cruz. Pequena brochura de 52 páginas. Edição francesa de H. Oudin – Paris. São considerações sobre o espírito de sacrifício, dirigidas aos membros da irmandade dos amigos da cruz.

Além destes opúsculos, cheios de doutrina e ascética, o Bem-Aventurado escreveu grande número de cânticos espirituais, instrutivos, suaves e piedosos, já reunidos em volume. São esses os escritos do grande e admirável missionário, fundador e escritor, cujas obras atravessaram os séculos e hão de tornar-se um ideal para as almas generosas amantes de Maria Santíssima.

Seus filhos espirituais fundaram mais tarde, duas associações religiosas, para estimular a prática da Santa Escravidão:

A Associação dos Sacerdotes de Maria, com sua interessante "Revista dos Sacerdotes de Maria" (Revue des Prêtres de Marie); e a Associação de Maria, Rainha dos corações, também com valiosa revista para seculares.

Ambas as revistas, de avultada tiragem, servem como laço, que une os vários centros da Santa Escravidão.
VIII. Cânticos

 
Seus cânticos populares muito ajudaram na propaganda da sua devoção a Maria Santíssima

A Perfeita Devoção

São Luís Maria Grignion de Montfort

“No fim do mundo, em breve, o altíssimo e sua Santa Mãe devem suscitar grandes Santos, de uma santidade tal que sobrepujarão a maior parte dos santos, como cedros do Líbano se avantajam às pequenas árvores em redor”.

"Estas grandes almas, cheias de graça e de zelo, serão escolhidas em contraposição aos inimigos de Deus, a borbulhar em todos os cantos, e elas serão especialmente devotas da Santíssima Virgem, esclarecidas por uma luz, alimentadas do seu leite, conduzidas por seu braço e guardadas sob sua proteção, de tal modo que combaterão com uma das mãos e edificarão com a outra."

"Com a direita combaterão, derrubarão, esmagarão os hereges com suas heresias, os cismáticos com seus cismas, os idólatras com suas idolatrias e os ímpios com sua impiedade; e com a esquerda edificarão o templo do verdadeiro Salomão “e” a cidade mística de Deus, isto é, a Santíssima Virgem que os Santos Padres chamam “o Templo de Salomão” e cidade de Deus."

"Por suas palavras e por seu exemplo, arrastarão todo mundo à verdadeira devoção e isto lhes há de atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e glória para o único Deus."

S. Luís Maria Grignion de Montfort

Montfort

"É principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do Demônio, que se multiplicarão todos os dias até ao reino do anticristo, que se refere aquela primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a serpente no Paraíso terrestre. Vem a propósito a explicá-la aqui, para a glória da Santíssima Virgem, salvação de seus filhos e confusão do Demônio".
(S. Luís Maria Grignion de Montfort)

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"O sinal mais infalível e indubitável para distiguir um herege, um cismático, um réprobo, de um predestinado, é que o herege e o réprobo ostentam o desprezo e indifierença pela Santíssima Virgem e buscam, por suas palavras e exemplos, abertamente ou às escondidas, às vezes sob belos pretextos, diminuir e amesquinhar o culto e o amor a Maria. Ah! Não foi nestes réprobos que Deus Pai disse a Maria que fizesse Sua Morada, pois são filhos de Esaú."
(S. Luís Maria Grignion de Montfort)


Tratado da
VERDADEIRA DEVOÇÃOà Santíssima Virgem Maria

“Preparação ao Reino de Jesus Cristo”

S. Luís Maria Grignion de Montfort






Dando continuidade a formação sobre a Santíssima Virgem, no primeiro post "Os falsos devotos e as falsas devoções à Santíssima Virgem." foi explicitado as falsas devoções e suas características. Neste post será abordado a verdadeira devoção à Santíssima Virgem, com o intuito de esclarecer a devoção que agrada a nossa querida Mãe e consequentemente a Deus.



***

Depois de descobrir e condenar as falsas devoções à Santíssima Virgem, cumpre estabelecer em poucas palavras a devoção verdadeira, que é: 1º interior, 2ºterna, 3º santa, 4º constante, 5º desinteressada.

1º A verdadeira devoção é interior

Antes de tudo, a verdadeira devoção à Santíssima Virgem é interior, isto é, parte do espírito e do coração. Vem da estima em que se tem a Santíssima Virgem. Da alta idéia que se formou de suas grandezas, e do amor que se lhe consagra.


2º A verdadeira devoção é terna

Em segundo lugar é terna, quer dizer cheia de confiança na Santíssima Virgem, da confiança de um filho em sua mãe. Impele uma alma a recorrer a ela em todas as necessidades do corpo e do espírito, com extremos de simplicidade, de confiança e de ternura; ela implora o auxílio de sua boa Mãe em todo o tempo, em todo lugar, em todas as coisas: em suas dúvidas, para ser esclarecida; em seus erros, para se corrigir; nas tentações, para ser sustentada; em suas fraquezas, para ser fortificada; em suas quedas, para ser levantada; em seus abatimentos, para ser encorajada; em seus escrúpulos, para ficar livre deles; em suas cruzes, trabalhos e reveses da vida, para ser consolada. Em todos os males do corpo e do espírito, enfim, Maria é o refúgio, e não há receio de importunar esta boa Mãe e desagradar a Jesus Cristo.

3º A verdadeira devoção é santa

Terceiro, a verdadeira devoção à Santíssima Virgem é santa: leva uma alma a evitar o pecado e a imitar as virtudes da Santíssima Virgem, principalmente sua humildade profunda, sua contínua oração, sua obediência cega, sua fé viva, sua mortificação universal, sua pureza divina, sua caridade ardente, sua paciência heróica, sua doçura Angélica e sua sabedoria divina. Aí estão as dez virtudes principais da Santíssima Virgem.

4º A verdadeira devoção é constante

Quarto, verdadeira devoção à Santíssima Virgem é constante, firma uma alma no bem, e ajuda-a a perseverar em suas práticas de devoção. Torna-a corajosa para se opor ao mundo em suas modas e máximas, à carne, em seus aborrecimentos e paixões, e ao demônio, em suas tentações. Assim, uma pessoa verdadeiramente devota da Santíssima Virgem não é volúvel, nem se deixa dominar pela melancolia, pelos escrúpulos ou pelos receios. Não quer isto dizer que não caia ou não mude, às vezes, na sensibilidade de sua devoção; mas, se cai, levanta-se logo, estende a mão à sua boa Mãe, e, se perde o gosto ou a devoção sensível, não se aflige irremediavelmente, pois o justo e devoto fiel de Maria vive da fé de Jesus e de Maria, e não nos sentimentos naturais.


5º A verdadeira devoção é desinteressada

A verdadeira devoção à Santíssima Virgem é, finalmente, desinteressada, leva a alma a buscar não a si mesma, mas somente a Deus em sua Mãe Santíssima. O verdadeiro devoto de Maria não serve a esta augusta Rainha por espírito de lucro e de interesse, nem para seu bem temporal ou eterno, corporal ou espiritual, mas unicamente porque ela merece ser servida, e Deus exclusivamente nela; o verdadeiro devoto não ama a Maria precisamente porque ela lhe faz ou ele espera dela algum bem, mas porque ela é amável. Só por isto ele a ama e serve nos desgostos e na aridez, como nas doçuras e no fervor sensível, sempre com a mesma fidelidade; ama-a nas amarguras do Calvário como nas alegrias de Caná. Oh! Como é agradável e precioso aos olhos de Deus e de sua Mãe Santíssima, esse devoto, que em nada se busca nos serviços que presta à sua Rainha. Mas, também, quão raro é encontrá-lo agora. E é com o fito de que cresça o número desses fiéis devotos, que empunhei a pena para escrever o que tenho, com particular fruto, ensinado em público e em particular nas minhas missões, durante anos e anos.

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Muitas coisas já disse sobre a Santíssima Virgem. Mais ainda tenho, entretanto, a dizer, e infinitamente mais omitirei, seja por ignorância, incapacidade ou falta de tempo, no desígnio que tenho de formar um verdadeiro devoto de Maria e um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo. Oh! bem empregado seria o meu esforço, se este escrito, caindo nas mãos duma alma bem nascida, nascida de Deus e de Maria, e não do sangue, ou da vontade da carne, nem da vontade do homem (cf. Jo 1, 13), lhe desvendasse e inspirasse, pela graça do Espírito Santo, a excelência e o prêmio da verdadeira e sólida devoção à Santíssima Virgem, como vou indicar. Se eu soubesse que meu sangue pecaminoso poderia servir para fazer entrar no coração as verdades que escrevo em honra de minha querida Mãe e soberana Senhora, da qual sou o último dos filhos e escravos, em lugar de tinta eu o usaria para formar esses caracteres, na esperança que me anima de encontrar boas almas que, por sua fidelidade à prática que ensino, compensarão minha boa Mãe e Senhora das perdas que lhe têm causado minha ingratidão e infidelidade.

Sinto-me, mais do que nunca, animado a crer e esperar em tudo que tenho profundamente gravado no coração, e que há muitos anos peço a Deus: que mais cedo ou mais tarde a Santíssima Virgem terá mais filhos, servidores e escravos¹, como nunca houve, e que, por este meio, Jesus Cristo, meu amado Mestre, reinará totalmente em todos os corações.

Vejo, no futuro, animais frementes, que se precipitam furiosos para dilacerar com seus dentes diabólicos este pequeno manuscrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para escrevê-lo, ou ao menos para fazê-lo ficar envolto nas trevas e no silêncio de uma arca, a fim de que ele não apareça. Atacarão até, e perseguirão aqueles e aquelas que o lerem e o puserem em prática.² Mas não importa! Tanto melhor! Esta visão me encoraja e me dá a esperança de um grande sucesso, isto é, um esquadrão de bravos e destemidos soldados de Jesus e de Maria, de ambos os sexos, para combater o mundo, o demônio e a natureza corrompida, nos tempos perigosos que virão, e como ainda não houve. “Que legit, intelligat. Qui potest capere, capiat” (Mt 24, 15; 19, 12).

¹ Note-se a associação destes dois termos: filho e escravo. A mesma aproximação foi feita pelo Catecismo do Concílio de Trento (p. I, cap. 3, “De secundo symboli articulo”, in fine).

² Esta predição realizou-se ao pé da letra. Em todo o decorrer do século XVIII, os filhos de Montfort fora o alvo dos ataques dos jansenistas, em vista de seu zelo por esta devoção. E o precioso manuscrito, escondido durante as perturbações da Revolução Francesa, só foi encontrado em 1842 por um padre da Companhia de Maria, em um caixote de livros antigos.

Fonte: São Luis Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.Ed. Vozes, 2009. Cap 3, pag 107-113.


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Terminemos este curto esboço do espírito de São Luís Grignion de Montfort, citando umas estrofes de seus cânticos populares que muito ajudaram na propaganda da sua devoção a Maria Santíssima:


"Marie est ma grande richesse,
Et mon tout auprès de Jésus;
C'est mon bonheur, c'est ma tendresse,
C'est le trésor de mes vertus.

Elle est mon arche d'alliance,
Où je trouve la sainteté.
Elle est ma robe d'innocence,
Dont je couvre ma pauvreté.


Elle est mon divin oratoire,
Où je trouve toujours Jésus,
J'y prie avec beaucoup de gloire,
Et je n'y crains point de refus.

Je suis tout sous sa dependence
Pour mieux dépendre du Sauveur,
Laissant tout à sa Providence:
Mon corps, mon âme et mon bonheur.

Quand je m'élève à Dieu, mon Père.
Du fond de mon, iniquité,
C'est sur les ailes de ma Mère,
Cest sur l'appui de sa bonté.

Cette bonne Mère et Maîtresse
Me seconde partout puissamment,
Et quand je tombe par faiblesse,
Elle me relève à I'instant

Elle me rend pur et fertile
Par sa pure fécondité;
Elle me rend fort et docile
Par sa profonde humilité.

Je vais par Jésus à son Père,
Et je n'en suis point rebuté;
Je vais à Jésus par sa Mère,
Et je n'en suis point rejeté.

Je fais tout en Elle et par Elle:
Cest un secret de sainteté
Pour être à Dieu toujours fidèle,
Pour faire en tout sa volonté.

Voici ce qu'on ne pourra croire:
Je La porte au-dedans de moi,
Gravée avec des traits de gloire,
Quoique dans 1'obscur de la foi."